Nascida em Benfica, bairro carioca, a bailarina Ingrid Silva deixou o Brasil há 15 anos para fazer parte de uma das maiores companhias de balé dos Estados Unidos. Hoje, é a dançarina principal no Dance Theatre of Harlem, reconhecido por priorizar dançarinos negros em seu casting. No dia 24 de maio, Ingrid esteve no Complexo do Alemão especialmente no Projeto Vidançar para um workshop sobre dança e um bate-papo sobre a vida!
A bailarina desembarcou no Brasil com belíssimos objetivos: “sempre que possível, quero compartilhar o que eu aprendi nestes 15 anos, me conectar com a arte brasileira para criar novos projetos e estar com crianças de periferias para inspirá-los, mostrando que uma vida na dança é sim possível para todos.”
“Como uma mulher negra de origem periférica e uma das bailarinas mais reconhecidas do mundo, Ingrid é uma referência para tantas crianças! Aqui no projeto, temos muitas delas, ávidas por esse encontro! Ingrid também é muito importante para o Vidançar, pois ela dança na mesma companhia e é amiga do nosso ex-aluno, Luis Fernado Rego, um orgulho para todos nós”, disse Ellen Serra, CEO do Projeto Vidançar.
Mais sobre a trajetória de Ingrid
Ingrid deu seus primeiros passos no balé aos 8 anos no projeto social “Dançando Para Não Dançar”, no morro da Mangueira. Passou mais de 10 anos pintando as próprias sapatilhas com maquiagem, até finalmente ter sapatilhas fabricadas com a cor da sua pele. Hoje, um par das suas sapatilhas pintadas está no acervo do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, o Smithsonian, nos EUA. A bailarina entrou na lista “Forbes Mulheres de Sucesso de 2021” e teve sua história contada em uma campanha global da Cadillac, como estrela de um filme da marca de automóveis de luxo.
Em 2021, ela publicou a autobiografia “A sapatilha que mudou o meu mundo”, sobre sua trajetória e os preconceitos que enfrentou para conquistar espaço no balé. Em 2023, lançou o livro infantil “A bailarina que pintava suas sapatilhas”. Ativista, a carioca está à frente dos projetos sociais PodHer; da comunidade Dancers & Motherhood, e da Blacks in Ballet, Ong que busca dar visibilidade a dançarinos negros.
Sobre o Projeto ViDançar
Fundado em 2010, o Vidançar começou suas atividades no Complexo do Alemão, com uma turma de balé com 14 meninas. Hoje, atua também em Duque de Caxias e atende mais de 400 pessoas, graças ao patrocínio da Petrobras/Programa Socioambiental e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Secec/RJ), pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura. O projeto oferece aulas de balé, breaking, jazz, reforço escolar, inglês, espanhol, audiovisual e xadrez. Há também a Rede de Mulheres Vidançar, que realiza com oficinas de costura e de culinária. Desde 2013, o Vidançar prepara alunos para audições das escolas de dança e já inseriu mais de 50 alunos em centros profissionalizantes de dança, entre as quais Escola Bolshoi, EEDMO Theatro Municipal, Petite Danse, Deborah Colker, Escola de Dança Alice Arja e Conservatório Brasileiro de Dança. Um dos ex-alunos do projeto é bailarino no Dance Theatre of Harlem, em Nova York.
